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Copa do Mundo de 2014
Brasil

Repetida sete vezes na semifinal da Copa do Mundo de 2014, a frase virou piada depois que a tristeza passou: “Gol da Alemanha” se tornou uma expressão e uma brincadeira comum entre os brasileiros. Nossa alegria em receber a Copa do Mundo ficou diminuída perto da humilhação que a semifinal nos reservou. Foi um duro golpe para a torcida brasileira aquele 7 a 1 da Alemanha. Para nós, a mais marcante entre todas as recordações do Mundial.

Para a história do futebol, no entanto, a Copa de 2014 ficou marcada como uma das melhores das últimas décadas, com alta média de gols e de público. O bom nível do futebol das seleções que participaram do Mundial foi acompanhado por cenários perfeitos: belas arenas lotadas por latino-americanos apaixonados por futebol.

O Brasil foi escolhido sede da Copa 2014 em 2007. Depois de 64 anos da Copa de 1950, o país seria novamente o palco da maior festa do futebol mundial. Disputado entre 12 de junho e 13 de julho, o torneio aconteceu em 12 cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro.

Participaram do torneio 32 seleções, incluindo todas as equipes que já haviam conquistado um título mundial (Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, França, Inglaterra, Itália e Uruguai). Espanha, Inglaterra e Itália decepcionaram e não passaram da fase de grupos. Nas oitavas de final, o Brasil enfrentou o Chile, em um jogo que terminou nos pênaltis e expôs o descontrole emocional que contribuiria com os erros que nossa seleção ainda estava por cometer.

Nas quartas de final, o Brasil venceu por 2 a 1 a forte seleção da Colômbia, do jovem e talentoso James Rodríguez ― artilheiro da Copa, com seis gols. O jogo marcaria a saída de Neymar do campeonato. Aos 42 minutos do segundo tempo, a maior estrela do time brasileiro foi vítima de uma joelhada do lateral-direito colombiano Camilo Zúñiga. O golpe, que resultou em uma vértebra quebrada, tirou do torneio o atacante Neymar, que saiu de campo em cima de uma maca, chorando.

Também pelas quartas, a Alemanha venceu a França por 1 a 0; a Argentina bateu a Bélgica com o mesmo placar; e a Holanda venceu a Costa Rica nos pênaltis. “Los Chicos”, como foram chamados os jogadores da Costa Rica, já tinham surpreendido o Uruguai, a Itália e a Inglaterra na primeira fase. Desacreditada no início da competição, a equipe se classificou em primeiro lugar no chamado grupo da morte e venceu a Grécia nas oitavas de final. No jogo contra a Holanda, que aconteceu no dia 5 de julho na Arena Fonte Nova, em Salvador, os costarriquenhos lutaram até o fim.

O jogo foi disputado e, apesar das boas chances que as duas equipes tiveram ao longo da partida, nenhum gol saiu. Nem no tempo normal, nem na prorrogação. Antes do jogo terminar, o ousado técnico holandês, Louis van Gaal, substituiu o goleiro titular da equipe, Jasper Cillessen, pelo reserva e especialista em pênaltis, Tim Krul. A controversa decisão seria logo festejada pelos holandeses, depois de Krul defender duas cobranças e classificar a Holanda para a semifinal. A derrota não tirou do time da Costa Rica a felicidade pela incrível campanha, e os jogadores foram recebidos em casa como heróis.

Por aqui, os holandeses fizeram questão de mostrar, durante todo o torneio, o quanto estavam aproveitando a estadia. Hospedados no Rio de Janeiro e acompanhados de suas famílias, os jogadores se concentraram na praia e em visitas a pontos turísticos da cidade maravilhosa. Em todas as declarações à imprensa, os jogadores e a equipe técnica elogiaram a hospitalidade dos brasileiros. Nada que evitasse, no entanto, a vitória por 3 a 0 na nossa seleção ― já combalida pelo histórico 7 a 1 ― na disputa do terceiro lugar.

Os jogadores alemães também aproveitaram o Brasil. Concentrados em Cabrália, na Bahia, a seleção europeia conquistou os moradores da região, frequentando a praia e visitando escolas e pontos importantes da cidade. Como já é política da Federação Alemã de Futebol, o país investiu em projetos locais, deixando para Cabrália mais do que boas memórias da estadia da seleção alemã.

Sob a orientação do técnico Joachim Löw, a Alemanha mostrou ao mundo um futebol envolvente, moderno e com toque de bola refinado. A seleção, que vinha sendo preparada para o Mundial desde 2006, não deixou dúvidas. Na semifinal contra o Brasil, um dos sete gols da Alemanha faria de Miroslav Klose o maior artilheiro de todas as Copas. Em seu quarto Mundial (ele atuou em 2002, 2006, 2010 e 2014), o atacante fez seu 16º gol, superando o brasileiro Ronaldo, que marcou 15.

A seleção argentina também mostrou um futebol consistente, apoiado por uma geração de craques e por sua fanática torcida, que invadiu o Brasil. O grande Lionel Messi foi eleito o melhor jogador do Mundial pela FIFA. A Copa teria sido de Messi, se a seleção sul-americana não tivesse perdido a final no Maracanã.

A partida foi assistida por mais de 1 bilhão de pessoas, que viram também um Rio de Janeiro pintado de azul e branco. Os hermanos viajaram de carro, ônibus, avião. Eram milhares querendo ver de perto sua seleção em busca do tricampeonato. O jogo foi tenso, como uma boa final de Copa do Mundo. No primeiro tempo, a Argentina foi superior. Higuain perdeu dois gols claros e teve um terceiro anulado. Messi quase marcou no final do primeiro tempo e, já nos acréscimos, a Alemanha bateu na trave.

No segundo tempo, outras chances desperdiçadas, apesar do ritmo menos intenso. A partida iria para a prorrogação. O equilíbrio entre as equipes se manteve até os sete minutos do segundo tempo, quando Mario Götze matou no peito e estufou a rede do Maracanã. A chanceler alemã Angela Merkel, que acompanhava o jogo das tribunas, comemorou junto de toda a Alemanha. Não tinha mais volta. Os favoritos não deixariam a Argentina marcar.

Final de jogo. A Alemanha era tetracampeã mundial. Na comemoração, os jogadores se juntaram em volta da taça e ensaiaram uma dança aprendida com os índios pataxós de uma aldeia de Santa Cruz Cabrália. Sob as bênçãos do Cristo Redentor pintado com as cores da bandeira alemã, a Copa do Brasil terminou com um gol da Alemanha.





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