Copas do Mundo
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Copa do Mundo de 1982
Espanha

Finalmente chegara a hora da Espanha sediar um mundial. Após abrir mão da candidatura à Copa de 1974, que aconteceu na Alemanha, os espanhóis viram um desfile de grandes craques em 1982. O número de seleções participantes saltou de 16 para 24 e 14 cidades receberam os 52 jogos do Mundial. Pela primeira vez todos os continentes estiveram representados, e Argélia, Camarões, Honduras, Nova Zelândia e Kuwait estrearam na fase final.

A festa começou em 13 de junho, em Barcelona, onde a então campeã, a Argentina, foi derrotada pela equipe da Bélgica por 1 a 0. Terminou em Madri, no dia 11 de julho, com a Itália derrotando a Alemanha por 3 a 1 e conquistando sua terceira Copa (havia ganho em 1934 e 1938). Durante os 29 dias de torneio, mais de 1,8 milhão de espectadores foram às partidas (uma média de 36 mil por jogo) para ver jogadores que marcaram toda a década de 1980, como Maradona, Platini, Zico, Falcão, Boniek e Zoff. A audiência acumulada pela televisão foi de cerca de 10 bilhões de pessoas.

Com um número maior de participantes, o Mundial adotou um novo modelo de disputa. As 24 seleções foram divididas em seis grupos de quatro equipes. Para a segunda fase, se classificaram duas equipes de cada grupo. Os 12 times foram então divididos em quatro chaves de três equipes. Para as semifinais se classificaram os campeões de cada chave.

A decepção da Copa ficou por conta da então campeã. A Argentina chegou ao Mundial com um time que trazia jogadores experientes e campeões mundiais, como Daniel Passarela, e jovens, como Maradona. No entanto, a equipe ficou longe de demonstrar um grande futebol e foi eliminada na segunda fase após perder para Itália e Brasil – em jogo marcado pela expulsão do craque Maradona – por 2 a 1 e 3 a 1, respectivamente.

A campanha brasileira foi um capítulo à parte. Nas eliminatórias sul-americanas, em 1981, o Brasil ficou em um grupo com a Bolívia e a Venezuela. Apesar da fraqueza dos adversários, o Brasil jogou bem e ganhou as quatro partidas realizadas, marcando 11 gols e sofrendo apenas dois. Ainda em 1981, a seleção fez uma excursão à Europa e ganhou da França por 3 a 1, da Inglaterra, por 1 a 0 e da Alemanha, por 2 a 1. Esse desempenho credenciou o time brasileiro como um dos favoritos ao título no Mundial de 1982.

Na primeira fase, a equipe que contava com Zico, Sócrates, Cerezo, Falcão e Júnior, entre outros, e era comandada por Telê Santana, só fez confirmar o seu favoritismo. Jogando bem, especialmente do meio para o ataque, encantou a imprensa internacional e venceu a União Soviética (2 a 1), a Escócia (4 a 1) e a Nova Zelândia (4 a 0). Na segunda fase, bateu a seleção argentina por 3 a 1 e precisava apenas de um empate contra a Itália para se classificar à semifinal.

Então, em 5 de julho, aconteceu o que ninguém imaginava. No estádio Sarriá (já demolido), uma Itália sólida na defesa e com um centroavante inspirado, Paolo Rossi, venceu o Brasil por 3 a 2. Foi a maior “zebra” da Copa e o jogo ficou conhecido por aqui como a “Tragédia do Sarriá”. No dia seguinte, o Jornal da Tarde estampou na sua primeira página a imagem de um menino com a camisa da seleção chorando no estádio, naquela que é considerada uma das melhores capas da história do jornalismo brasileiro.

A Itália, que vinha crescendo de produção durante a Copa, avançou para as semifinais. A vitória sobre o Brasil deu a confiança que a equipe precisava e serviu para calar parte da imprensa italiana, que não acreditava na Azzurra. No jogo seguinte, os italianos bateram a Polônia por 2 a 0 e, na final, que foi apitada pelo brasileiro Arnaldo Cezar Coelho, venceram a Alemanha por 3 a 1.

No fim, nada de Zico, Maradona ou Platini. O grande nome da Copa foi mesmo Paolo Rossi que, além de marcar três gols no Brasil, fez ainda mais dois contra a Polônia e um na final, tornando-se também o artilheiro do Mundial de 1982.





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