Copas do Mundo
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Copa do Mundo de 1970
México

A nona edição da Copa do Mundo aconteceu no México. O país foi escolhido, entre outros motivos, por ter recebido as Olimpíadas de 1968 e já estar preparado para tão grandioso evento. Cidade do México, Leon, Guadalajara, Toluca e Puebla foram as cidades que sediaram as partidas de um Mundial que ficou marcado pela alegria e pelo bom futebol. 

As 16 seleções participantes do torneio ― Alemanha Ocidental, Bulgária, Brasil, Bélgica, El Salvador, Inglaterra, Israel, Itália, Marrocos, México, Peru, Romênia, Suécia, Tchecoslováquia, Uruguai e União Soviética ― levaram o que tinham de melhor. E a safra era muito boa, o que fez com que a competição tivesse alto nível técnico. Lá estavam Pelé, Gerd Muller, Cubillas, Mazurkiewicz, Bobby Moore, Bobby Charlton, Mazzola e tantos outros craques lendários do mundo da bola.

A Copa do México foi a primeira a ser transmitida via satélite e a cores. No Brasil, um boom de vendas de televisores fez com que a audiência alcançasse altos níveis durante as transmissões. Nem a chegada do homem à lua, ocorrida um ano antes, tinha alcançado audiência parecida como a do jogo entre Brasil e Inglaterra. Os torcedores puderam acompanhar tudo: além das partidas, boletins, coberturas e reportagens.

Outra novidade foi a mudança de algumas regras em campo, como a introdução dos cartões amarelos e vermelhos, e a possibilidade de substituição de jogadores titulares (na época apenas duas por equipe).

É da Copa de 1970 o maior número de lances e jogos inesquecíveis em um Mundial. Alguns lances geniais de Pelé ― como a cabeçada contra a Inglaterra, quando Gordon Banks fez a maior defesa da história dos Mundiais. Ou a meia lua em Mazurkiewicz, quando, sem tocar na bola, driblou o goleiro uruguaio e bateu para o gol, tirando tinta da meta azul e branca. No mesmo jogo, outro lance histórico: em uma reposição do goleiro celeste, Pelé bateu de primeira, quase do meio de campo, para uma nova grande defesa do goleiro. Contra a Tchecoslováquia, Pelé percebeu o goleiro tcheco adiantado, bateu do meio de campo e viu a bola raspar a trave. O desespero do goleiro tentando voltar para a meta foi o que tornou o lance mágico.

Entre os jogos que ficaram para a história dos Mundiais, a semifinal entre Itália e Alemanha ocupa lugar privilegiado. Os alemães vinham de um jogo (também sensacional) contra a então campeã Inglaterra, e pareciam estar muito cansados. Só pareciam... O jogo terminou empatado no tempo normal, em 1 a 1 (gols de Boninsegna e Schnellinger, aos 47 do segundo tempo). Veio a prorrogação e, pouco depois, Beckenbauer, o Kaiser, deslocou o ombro e a Alemanha, que já havia feito suas substituições, ficou com dez jogadores. Todo enfaixado, Beckenbauer voltou para o campo e continuou jogando. Aos quatro minutos, Gerd Muller fez 2 a 1. A Itália partiu para o ataque. Já não havia mais tática, era apenas coração.

Ainda no primeiro tempo da prorrogação, Burgnich (aos 8 minutos) e Riva (aos 13) viraram para a Itália. Que loucura! Os primeiros minutos do segundo tempo foram alucinantes. Muller empatou aos 4 minutos: 3 a 3. No minuto seguinte, a Itália fez 4 a 3 com Rivera. Acabou. Ninguém aguentava mais, e a Itália iria para final contra o Brasil. Até hoje, essa partida é chamada de “Jogo do Século”.

Na final, Brasil e Itália fizeram uma bela partida, mas nada como a semifinal. A Itália sentiu na pele o que a Alemanha havia sofrido, enfrentando outro jogo após uma partida desgastante. No primeiro tempo, a seleção italiana até que conseguiu equiparar as coisas, mesmo saindo em desvantagem. Pelé, em uma cabeçada fantástica, abriu o marcador aos 18 minutos. Era o centésimo gol brasileiro em Copas do Mundo. Aos 37 minutos, pane geral na defesa brasileira e empate italiano, com Boninsegna.

Na volta para a segunda etapa, o Brasil foi atrás do placar, mas os italianos estavam bem postados na defesa e conseguiram segurar o ímpeto brasileiro. Aos 21 minutos, no entanto, não teve mais jeito. Gérson, o Canhota de Ouro, chutou de fora da área e desempatou. O gol desestruturou a Itália, que tomou o terceiro quatro minutos mais tarde, com Jairzinho, o Furacão da Copa. O golpe de misericórdia veio aos 41 minutos, quando a Itália já estava entregue. Pelé rolou para Carlos Alberto, que emendou um balaço! Fim de jogo, Brasil 4 a 1 Itália.

O apito final declarou o início da festa no glorioso estádio Azteca, que estava com sua capacidade lotada ― 107 mil espectadores. Os torcedores invadiram o gramado e carregaram nos ombros os jogadores brasileiros. A seleção teve 100% de aproveitamento e média de 3,2 gols por partida. O Brasil vencia seu terceiro Mundial. E levava para casa, em definitivo, a Taça Jules Rimet.   





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