Copas do Mundo
Voltar
Copa do Mundo de 1966
Inglaterra

Não foi o bom futebol a principal marca da Copa do Mundo de 1966. Realizada na Inglaterra entre 11 e 30 de julho daquele ano, o Mundial ficou famoso pela violência das equipes e pela má arbitragem, que beneficiou os times europeus e, especialmente, os donos da casa. Nada que apagasse o brilho dos grandes jogadores que participaram da competição, como o moçambicano Eusébio, do time português; o lendário meia inglês Bobby Charlton e seus parceiros de equipe Bobby Moore e Gordon Banks; o kaiser (imperador) alemão Franz Beckenbauer.

O Brasil, mesmo com Pelé, Tostão, Gerson e Jairzinho ―  que levantariam a taça quatro anos mais tarde, na Copa do México ―, além de Garrincha, não empolgou. Foi eliminado ainda na fase de grupos, da mesma forma que a também bicampeã Itália. Pelé foi uma das vítimas das muitas faltas duras marcadas no campeonato, no jogo contra Portugal, que venceu por 3 a 1 e eliminou nossa seleção.

Inscreveram-se para participar da Copa de 1966 setenta países. Brasil, campeão de 1962, e Inglaterra, país organizador do evento, ocuparam duas das 16 vagas totais. As 14 restantes foram preenchidas por nove europeus (França, Portugal, União Soviética, Itália, Bulgária, Hungria, Alemanha Ocidental, Espanha e Suíça),  4 americanos (Argentina, Uruguai, México e Chile) e um asiático (Coreia do Norte).  

Portugal e Coreia do Norte estrearam neste Mundial. Sob orientação do técnico brasileiro Otto Glória, responsável por grandes transformações no futebol português, a seleção de Portugal surpreendeu. Invicta na fase de grupos, a equipe acabou o campeonato em terceiro lugar e apresentou ao mundo o artilheiro da Copa, Eusébio, que marcou nove gols. A Coreia também fez bonito, jogando bom futebol e desclassificando a Itália em uma partida que terminou em 1 a 0.

A cerimônia de abertura da Copa foi realizada no Estádio de Wembley, no dia 11 de julho. A Rainha da Inglaterra estava lá, junto de mais de 100 mil espectadores, que celebravam a chegada do Mundial no país que inventou o futebol. Uma das principais razões para a escolha da Inglaterra como sede da Copa de 1966 foi o centenário da associação de futebol mais antiga do mundo, “The Football Association”.

Foi também em Wembley que Inglaterra e Argentina se enfrentaram pelas quartas de final, no dia 23 de julho, em um jogo violento e com uma arbitragem que beneficiou os donos da casa. O apito do árbitro alemão Rudolf Kreitlein foi generoso com o volante inglês Nobby Stiles, que cometeu inúmeras faltas graves, e rigoroso com o capitão da equipe argentina Antonio Rattín. Ao cobrar do árbitro alguma atitude frente às incontestáveis agressões de Stiles, Rattín foi expulso de campo. O argentino pediu um tradutor, alegando que o árbitro não podia expulsá-lo por não entender suas reclamações, feitas em espanhol. Não houve conversa. Rattín saiu de campo e, a partir deste episódio, o futebol passou a ter os cartões amarelo e vermelho como linguagens universais dentro de campo.

O jogo terminou em 1 a 0 para a Inglaterra, e os anfitriões seguiram para a semifinal contra Portugal, que ganhara da Coreia do Norte de virada, por 5 a 3. O time inglês permaneceu em Wembley para a partida ― fato que provocou muitas reclamações, uma vez que os donos da casa não saíram dali durante todo o torneio, enquanto os outros times viajaram pela Inglaterra várias vezes. O estádio lotou novamente. Cerca de 94 mil pessoas acompanharam o time inglês vencer por 2 a 1 de Portugal (dois gols de Bobby Charlton), em um grande jogo. Na outra semifinal, disputada entre Alemanha e URSS, as entradas duras e as faltas graves deram o tom da partida e confirmaram que aquele seria mesmo o Campeonato Mundial da Violência, como ficou conhecida essa Copa. A Alemanha venceu o jogo por 2 a 1 e foi para a final com os donos da casa.

O jogo do dia 30 de julho também deixaria muitas dúvidas sobre a arbitragem. Com o Estádio de Wembley lotado, o árbitro suíço Gottfried Dienst tomou decisões que até hoje são lembradas. O primeiro tempo acabou empatado em 1 a 1. No segundo tempo, mais dois gols e o placar ainda empatado aos 90 minutos. Na prorrogação, o inglês Hurst marcou o mais polêmico dos gols daquela Copa. A bola bateu na trave e quicou no chão. O juiz apitou o gol, que não teria cruzado a linha. Faltando um minuto para o fim da prorrogação, Hurst marcou outro, tornando-se o primeiro jogador a fazer três gols em uma final de Copa. A Inglaterra era campeã do mundo. Os jogadores receberam a Taça Jules Rimet das mãos da Rainha e o país inteiro comemorou a grande conquista.





© 2024 PLAY ENTRETENIMENTO FUTEBOL CLUBE - Todos os direitos reservados.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao navegar em nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte a nossa política de privacidade.
Saiba mais
Estou de acordo