O começo da história do Club Universidad de Chile remonta ao ano de 1927. A nova agremiação surgiu dentro da Universidade do Chile ― primeira instituição de ensino superior do país, fundada em 1843.  O clube unia vários outros que já tinham se estabelecido nas dependências da universidade: Náutico Universitario, Internado, Universitario de Atletismo e Federación Universitaria.

Em pouco tempo, o Universidad conquistaria títulos e uma torcida apaixonada, que faz do clube um dos mais populares do futebol do Chile. A conquista do primeiro campeonato chileno veio em 1940, quando La U derrotou por 2 a 0 o Santiago National, inaugurando uma coleção de muitas glórias.

Na equipe vencedora do primeiro título, estavam nomes que ficariam para a história do clube, como Eduardo “Pulpo” Simián e Víctor “Cañón” Alonso. Na década de 1960, época áurea do time, o Universidad venceu seis campeonatos, incluindo um bicampeonato em 1964-65. Entre as estrelas que abrilhantaram as jogadas daquela década, Leonel Sánchez e Carlos Campos ocupam lugar de destaque.

O talento da equipe era tamanho, que a imprensa chilena a apelidou de “Balé Azul”, em referência ao lindo futebol que apresentava nos jogos. Na Copa de 1962, realizada no Chile, mais da metade da seleção chilena era de jogadores do Universidad.

Entre sua fundação, em 1927, e o ano de 1980, o clube foi administrado pela Universidade do Chile, laço que permaneceu na história mas que se desfez formalmente, para que o clube se transformasse em uma corporação desportiva. Os maiores rivais do time são o Colo-Colo e a Universidad Católica, com quem joga, desde 1909, o tradicional Clássico Universitário.

Sem contar com estádio próprio, o Universidad de Chile manda seus jogos no Estádio Nacional de Chile, propriedade do governo chileno. O clube também usa, como palcos alternativos, o Estádio Santa Laura e o Estádio Municipal Sánchez Rumoroso. Mas é no Estádio Nacional que o Universidad de Chile está em casa.

Inaugurado em Santiago, em 1938, o estádio tem capacidade para 55 mil torcedores e guarda muitas histórias da trajetória do futebol e da vida política do Chile. Foi em seu gramado que o Brasil conquistou o bicampeonato mundial, quando venceu a Copa do Mundo de 1962. Palco de diversas finais da Libertadores da América, da Copa Sulamericana e da Copa América, o estádio é também a casa da seleção chilena de futebol.

Além das boas lembranças deixadas pelos jogos de bola, o estádio guarda tristes passagens da história do Chile. Em 1973, um dia depois do golpe que levou os militares ao poder no país, o estádio tornou-se um campo de prisioneiros do regime do ditador Augusto Pinochet. Calcula-se que tenham passado por lá, entre 12 de setembro e 9 de novembro daquele ano, cerca de 40 mil prisioneiros.