“Dizem que sou rubro-negro doente, mas não. Sou rubro-negro saudável. Doentes são os torcedores de outros times, que não sabem escolher”, dizia o grande escritor Ariano Suassuna (1927-2014). Ilustre torcedor do Sport Club do Recife, Suassuna gostava de se vestir do que definia como “sport fino”: camisa vermelha, calça e jaqueta pretos.

O Sport nasceu em 1905, com outra frase célebre para a história do time, proferida por seu fundador, o pernambucano Guilherme de Aquino Fonseca: “O Sport será um autêntico campeão, pois nasceu sob o signo da valentia e dele jamais se apartará”. Fonseca voltava de uma longa temporada de estudos na Inglaterra, onde se encantou pelo futebol. Na chegada a Recife, juntou um grupo de amigos para criar o novo clube.

A primeira partida foi no dia 22 de junho daquele ano, contra o English Eleven, time cujos integrantes eram funcionários de companhias inglesas estabelecidas no Recife. O jogo terminaria com um digno 2 a 2. De lá para cá, foram inúmeros os torneios, as partidas e as glórias.

Primeiro time de futebol a ser criado em Pernambuco, o Sport é o maior vencedor do Campeonato Pernambucano no século 20. Em 2008, a prefeitura do Recife instituiu o Dia do Torcedor do Sport Clube do Recife na data da fundação do clube, o dia 13 de maio.“Discordo de quem disse que dentre as coisas menos importantes da vida, a mais importante é o futebol. O Sport, para mim, é – e sempre foi – uma das coisas mais importantes na minha vida”, dizia Suassuna, emendando que “felicidade é torcer pelo Sport”.

As primeiras partidas do Sport foram realizadas no Campo do Derby, em frente ao belo edifício construído em meados do século 19 que abrigava o Mercado do Derby. Em 1918, o Sport passou a jogar em seu primeiro estádio, o Campo da Avenida Malaquias. A estrutura do novo estádio, com sua arquibancada de madeira e ferro, foi toda comprada do Fluminense do Rio, que se desfazia das peças por estar de mudança para as Laranjeiras.

Na primeira partida no Campo da Avenida Malaquias, o Leão venceu o Torre por 4 a 3. O gramado seria palco das jogadas do Sport até 1937, quando o rubro-negro se mudou para a Ilha do Retiro. Em um grande terreno, o clube passou a ter sua sede junto ao campo de futebol, no estádio Adelmar da Costa Carvalho, que ficou conhecido como Ilha do Retiro. O escritor Ariano Suassuna (1927-2014), célebre torcedor do Sport e assíduo frequentador da Ilha, foi ainda menino conhecer o novo estádio, em 1938.

Em 1950, depois de uma reforma que contou com a ajuda dos torcedores rubro-negros, que se organizaram em mutirões, a Ilha recebeu uma partida da Copa do Mundo, entre Chile e Estados Unidos ― jogo que os chilenos venceram por 5 a 2.

Hoje, o estádio, carinhosamente chamado de Toca do Leão, tem capacidade para 35 mil torcedores. Conhecida por sua boa acústica, a Ilha do Retiro permite que os rubro-negros celebrem seu time e coloquem muita pressão nos adversários.