Manuel e Francisco Henkel, jovens fazendeiros de origem alemã que moravam na cidade mexicana de Toluca, adoravam futebol e queriam formar um time na região. Fundaram, então, o time La Huerta, composto pelos funcionários da ferrovia da cidade sob o comando do técnico Eduardo Henkel, pai dos dois jovens. O empresário mexicano Roman Ferrat Alday, grande entusiasta do esporte, acompanhava tudo de perto e gostava muito da ideia.
No dia 12 de fevereiro de 1917, Roman, Manuel e mais alguns praticantes do futebol, reuniram-se na casa da família Ferrat e fundaram o Club Deportivo Toluca. A vontade de ver um clube da cidade disputando campeonatos e torneios tomava forma. Como ainda era apenas um clube amador do interior, o time fazia amistosos com clubes da Cidade do México e de Guadalajara, além de disputar o campeonato regional.
Durante muito tempo, a família Ferrat foi a responsável financeira pelo clube, além de alguns outros investidores locais que apareciam para ajudar o time. E assim o Toluca foi crescendo.
A era profissional do clube começou em 1945, abrindo ao time novas oportunidades de disputa, campeonatos mais fortes e equipes parelhas. Com o time cobrindo todos os requisitos para ingresso nas ligas, foi criada a segunda divisão mexicana. O Toluca foi para a disputa, como um dos membros criadores do torneio. Não disputou muito tempo, pois apresentou futebol suficiente para conseguir acesso à divisão principal, três anos depois.
No primeiro jogo na principal divisão mexicana, o time entrou em campo com um mascote vestido de diabo. Surgia ali o apelido que acompanha o clube até hoje: Diablos Rojos (Diabos Vermelhos). Depois daquele dia, jamais o Toluca atuaria em outra divisão que não a primeira. Em 1956, veio o primeiro título de expressão: a Copa México, seguido de dois vice-campeonatos nacionais nas temporadas de 1956-57 e 1957-58.
Com o título e as boas campanhas, o clube cresceu e, no início da década de 1960, começou a ser gerido por Nemésio Díez, empresário de sucesso e que já vinha participando do dia a dia do time. Os investimentos feitos por Díez não demoraram a surtir efeito e o título nacional foi conquistado nas temporadas de 1966-67 e 1967-68. Em 1968, os Diabos Vermelhos ainda conquistaram a Copa dos Campeões da Concacaf. Finalmente, o Toluca começava a mostrar sua faceta vencedora.
A boa fase ainda durou alguns anos, com o vice-campeonato na temporada 1970-71 e o título na temporada 1974-75, o terceiro nacional da história do clube. Após esse período vitorioso, o time entrou em baixa e só voltou a vencer no final da década de 1990. Os títulos de verão de 1998, 1999 e 2000 tiraram o amargo gosto que estava na boca do torcedor e trouxeram de volta a alegria para as arquibancadas. Em 2002, o clube venceu o torneio Apertura, competição que abre a temporada no México.
Em 2003, outra conquista de Copa dos Campeões da Concacaf e o retorno a dias mais tranqüilos. A partir dali, o clube voltou a respirar títulos e conquistas e a mostrar que nasceu para ser vencedor. Como diria o eterno Nemesio Díez, “que el bálon ruede a nuestro favor”.
Quem disse que só os argentinos torcedores do Boca Juniors possuem um estádio conhecido como “La Bombonera”? O Estádio Nemesio Diez Riega é a Bombonera do mexicano Toluca.
O estádio foi fundado em 1954 e possui atualmente capacidade para 30 mil espectadores. Antes de levar o nome de Nemesio Diez Riega, grande dirigente do clube, o palco teve os nomes de Hector Barraza e de Luis Gutierrez Dosal, outros dirigentes do clube. Foi também Toluca 70, pois alguns jogos da Copa do Mundo foram realizados lá. E, em seguida, ganhou o nome atual e o apelido de La Bombonera.
O estádio foi palco de grandes épocas do Toluca, como as temporadas de 1966-67 e 1967-68, e também palco de partidas nas Copas de 1970 e 1986. Na Copa de 1970, o estádio testemunhou uma partida que os mexicanos não se esquecem. Os donos da casa enfrentaram a Itália, acabaram perdendo por 4 a 1, mas a alegria e a festa foram lindas. A mesma festa que é feita em todo jogo dos Diabos Vermelhos e que faz o estádio virar literalmente um caldeirão.