A história da rivalidade entre as duas seleções remonta aos primórdios do futebol em ambos países, mas foi durante o primeiro mundial que atingiu o seu auge. Jogando em casa, o Uruguai, bicampeão olímpico, era o grande favorito à conquista do troféu. Os rivais do outro lado do Rio da Prata eram os únicos que podiam se colocar entre o Uruguai e a Taça Jules Rimet.
Nas vésperas do encontro e na manhã do próprio jogo, milhares de argentinos encheram dezenas barcos e atravessaram o Rio da Prata rumo a Montevidéu. Nas ruas da capital uruguaia, a rivalidade acendia os ânimos. No estádio, os dirigentes da FIFA tentavam, em vão, que as duas delegações se entendessem sobre qual bola utilizar na partida.
A desconfiança era mútua e de tal tamanho que John Langenus (árbitro do jogo) se viu obrigado a aceitar que em cada parte da partida fosse usada uma bola diferente. Na primeira parte jogou-se com a bola argentina, na segunda com a uruguaia.
Curiosamente, ou talvez não, cada equipa tinha ganho a metade da partida que tinha jogado com a sua bola. O jogo acabava com a vitória uruguaia, por 4 a 2.
Texto: Felipe Mendonça
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