Copas do Mundo
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Copa do Mundo de 1934
Itália

Itália, 27 de maio de 1934. Naquele dia, a segunda edição da Copa do Mundo começava a ser disputada em oito estádios distribuídos pelas cidades de Bolonha, Florença, Gênova, Milão, Roma, Turim, Nápoles e Trieste. O pesado clima político que pairava no país, governado pelo ditador Benito Mussolini, entrou pelos gramados e fez daquela Copa um torneio marcado pela propaganda do regime fascista.

A ideia de Mussolini era usar o Mundial, e a forte seleção italiana, como vitrine do fascismo em ascensão ― assim como faria Adolf Hitler nos Jogos Olímpicos da Alemanha em 1936. Depois de não ter poupado esforços para conseguir sediar a Copa, o governo de Mussolini investiu para que a infraestrutura do campeonato fosse impecável. E assim foi. O time italiano, que já vestia o manto azul que até hoje o caracteriza, também se mostrou perfeito.

A Copa do Mundo de 1934 foi vencida pelos donos da casa. Giuseppe Meazza, maior estrela do time e considerado um dos melhores jogadores que a Itália já teve, atuou no meio campo. O atacante Angelo Schiavio foi um dos artilheiros do Mundial. A equipe comandada pelo técnico Vittorio Pozzo tinha cinco jogadores estrangeiros (naturalizados italianos pouco antes da Copa): os argentinos De Maria, Orsi, Guaixta e Monti, e o brasileiro Filó ― primeiro campeão de uma Copa do Mundo nascido nas nossas terras.

Diferentemente da Copa do Uruguai, o torneio da Itália teve como protagonistas os times europeus. Pela primeira e única vez em Copas do Mundo, as quartas de final foram disputadas somente por seleções do velho continente: Áustria, Alemanha, Tchecoslováquia, Espanha, Hungria, Itália, Suécia e Suíça.

Também pela primeira vez os times se enfrentaram em eliminatórias para se classificar. Das 32 seleções inscritas, somente 16 foram classificadas para o Mundial. O Uruguai, em resposta aos times europeus que não haviam comparecido à Copa de 1930, não disputou lugar no torneio.

A campanha brasileira foi a pior de todas as Copas. Eliminado no jogo de estreia contra a Espanha, de quem perdeu por 3 a 1, o time do Brasil retratou os problemas vividos em casa, onde a Federação Brasileira de Futebol (FBF) ― a favor da profissionalização ― brigava com a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que defendia o amadorismo.  Sem acordo, a base da seleção brasileira foi o time do Botafogo.

Os 15 dias da viagem de navio também não ajudaram. Com apenas um treino antes de enfrentar os espanhóis, a equipe brasileira não conseguiu recuperar a forma física, nem perder os quilos adquiridos na travessia do Atlântico. O autor do único gol do Brasil, o craque Leônidas da Silva, porém, começaria a escrever ali sua história no futebol mundial.

Os mais duros adversários da Itália seriam a seleção da Espanha e da Áustria, que ficou conhecida como Wunderteam (time maravilha, em alemão). Nas quartas-de-final, os donos da casa enfrentaram a Espanha, em uma partida com muitas faltas graves e jogadores machucados. O espanhol Corso abriu o placar, e Ferrari empatou o jogo. A regra previa uma partida desempate no dia seguinte.

Debaixo de chuva torrencial, os dois times se enfrentaram novamente, para um público muito menor do que o da primeira partida. A violência do primeiro jogo impediu que o goleiro espanhol Ricardo Zamora defendesse seu time. O italiano Mario Pizziolo, que teve a perna quebrada no primeiro jogo, também ficou de fora. No desempate, quase tão violento quanto a partida anterior, a Itália venceu por 1 a 0, com um gol marcado por Meazza, aos 11 minutos do primeiro tempo.

Mais chuva e um gramado muito pesado esperavam pela seleção italiana na semifinal. A força dos jogadores da Azzurra superou a velocidade austríaca e, com um gol de Guaita, os anfitriões estavam na final. O jogo seria contra a Tchecoslováquia, que ganhara da Alemanha por 3 a 1.

A final da Copa de 1934 foi realizada no Estádio Nacional do Partido Nacional Fascista, em Roma, no dia 10 de junho. Antes da partida, todos os jogadores receberam um bilhete escrito por Mussolini, com os dizeres “Vencer ou arcar com as consequências”.  A pressão do ditador, que compareceu ao jogo com toda sua equipe ministerial, não desestabilizou a Squadra Azzurra. Em uma partida decidida na prorrogação, os italianos venceram a Tchecoslováquia por 2 a 1.

O título era merecido. Durante todo o torneio, a força física e a tática do time italiano se aliaram ao planejamento técnico de Pozzo. Naquela Copa, não houve rival à altura da Squadra Azzurra.





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